terça-feira, 5 de outubro de 2010

Apesar de doente, VIVA A REPÚBLICA!!

Bustos da República em massa de pão
Para quem não sabe, hoje comemora-se o Centenário da República Portuguesa.Esta foi para mim uma excelente oportunidade para ter a certeza de que a república está doente. Vejamos porquê.
Os quatro discursos oficiais, proferidos esta manhã por António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Artur Santos Silva (Presidente da Comissão para o Centenário da República), José Sócrates (Primeiro-Ministro) e Aníbal Cavaco Silva (Presidente da República), tiveram em comum a eleição da "escola como símbolo de cidadania, liberdade e responsabilidade individual" (J. Sócrates), ou seja, a instrução foi referida como um meio para que se possa superar a crise (também muito apontada nos quatro discursos) por que não só Portugal, mas sim o mundo estão a passar. É claro que concordo com tudo isso, mas a verdade é que hoje em dia, a maioria dos jovens não sabe aproveitar a oportunidade que lhes é dada de estudar, pois não se lembram que os idosos de hoje, jovens do antigamente, se não são analfabetos, têm apenas a quarta ou a sexta classe, pois não lhes era permitido ir mais além.
Claro está que se todos soubéssemos aproveitar as oportunidades que hoje nos são dadas, amanhã todos poderíamos, como referiu António Costa, "aperfeiçoar as ideias da República". No seu discurso, este referiu uma ideia muito importante para a construção de uma República melhor: "a promoção do mérito individual como factor do desenvolvimento colectivo". É preciso, na minha opinião, destacar os bons, para que eles reconheçam que são valorizados cá dentro e não tenham a tendência de ir para o estrangeiro, isto é, é necessário combater a chamada fuga de cérebros, pois se os bons se vão embora, o país fica entregue aos mais fracos, que ocuparão os cargos mais altos, levando a que a República fique ainda mais doente.
Disse José Sócrates que é necessário "renovar a confiança em Portugal e nos portugueses" e que "a soberania reside no povo e só ele a pode exercer, delegando-a nos seus representantes". Mas como podemos nós confiar nos nossos políticos, que cada vez mergulham mais fundo no mar da corrupção? Como podemos nós confiar num Primeiro-Ministro que aproveita uma data de extrema importância histórica para se afirmar, dizendo que seriam hoje inaugurados um centro de investigação e 100 novas escolas, quando todos sabemos que foram encerradas no início do corrente ano lectivo à volta de 700?
Retrato de Cavaco Silva em massa de pão
Como referiu António Costa, "superar a crise com as nossas próprias forças é a melhor forma de comemorar o centenário da República e honrar os seus princípios e valores". Portanto, lembrem-se que um grão de areia não faz o deserto, mas todos juntos conseguem-no e que, como salientou Cavaco Silva, para quem o principal motivo da falha da Primeira República foi a "ausência de uma cultura da responsabilidade", "se estamos descontentes, temos de nos empenhar mais, ser mais responsáveis, pois só assim poderemos ser verdadeiramente livres".

Vamos honrar a memória daqueles que, a 5 de Outubro de 1910, se juntaram para "despertar um país adormecido, incapaz de encontrar soluções" (Cavaco Silva), pois, segundo António Costa, "ao lembrar o passado, é o presente e o futuro que melhor compreendemos".


Acredito que, todos juntos, vamos fazer com que a República recupere dos seus males.


Viva a República!!



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