Também o nosso velho amigo Manuel da Fonte tinha o seu sonho: farto dos contrastes sociais entre os muito pobres e os muito ricos, ele sonha com a riqueza, pois não consegue perceber que é o trabalho que lhe dá a alegria e, consequentemente, talvez a riqueza. Após manifestar o seu sonho a Rosa, a segunda cena de "O Sonho do Cavador", datado de 1928, da autoria de José da Silva Ribeiro (texto), João Gaspar de Lemos Amorim (versos) e António Simões (música), começa com a canção da Fada do Sonho:
«A quem tem na vida,
Tristeza e amargura,
Dou sonhos, dou sonhos dourados,
D'enorme, d'enorme ventura.
Riquezas, palácios,
Coisas d'encantar,
E mil e mil maravilhas
Tem-nas, tem-nas a sonhar.
Se funda a tristeza
As almas tortura,
Encontra quem sonha
No sonho a ventura.
Se funda a tristeza
Tortura,
Encontra quem sonha
No sonho a ventura.
Fortunas imensas
Em sonhos ideais
Com mão generosa
Concede aos mortais.
Em sonhos ideais
Com mão generosa
Concede aos mortais.
Como este é ditoso!
Pobre cavador!
A sonhar tem gozo
Sem mágoa
Sem mágoa
Sem mágoa e sem dor.»
(Manuel da Fonte)
Só no fim de uma longa jornada é que o Manuel da Fonte consegue perceber que não é no dinheiro que consiste a riqueza, mas sim na alegria de viver. Às vezes é necessário que percamos as coisas par lhes dar-mos o devido valor!
Sem comentários:
Enviar um comentário