segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sonhos

Se há capacidade humana que me atrai, ela é, sem dúvida a capacidade de sonhar, mais de olhos abertos do que fechados, pois "Todos os homens sonham, mas não da mesma maneira. Existem aqueles que têm os seus sonhos à noite, nos recônditos das suas mentes e, ao despertar, pela manhã, descobrem que tudo aquilo era bobagem. Perigosos são os homens que sonham de dia, porque são capazes de viver os seus sonhos de olhos abertos, dispostos a torná-los realidade." (T. E. Lawrence). Também eu tenho os meus sonhos, aos quais costumo chamar de objectivos de vida, ou seja, vivo para poder torná-los realidade e faço o que estiver ao meu alcance para o conseguir.



Também o nosso velho amigo Manuel da Fonte tinha o seu sonho: farto dos contrastes sociais entre os muito pobres e os muito ricos, ele sonha com a riqueza, pois não consegue perceber que é o trabalho que lhe dá a alegria e, consequentemente, talvez a riqueza. Após manifestar o seu sonho a Rosa, a segunda cena de "O Sonho do Cavador", datado de 1928, da autoria de José da Silva Ribeiro (texto), João Gaspar de Lemos Amorim (versos) e António Simões (música), começa com a canção da Fada do Sonho:

«A quem tem na vida,
Tristeza e amargura,
Dou sonhos, dou sonhos dourados, 
D'enorme, d'enorme ventura.
Riquezas, palácios,
Coisas d'encantar,
E mil e mil maravilhas
Tem-nas, tem-nas a sonhar.
          
          Se funda a tristeza
          As almas tortura,
          Encontra quem sonha
          No sonho a ventura.
          Se funda a tristeza
          Tortura,
          Encontra quem sonha
          No sonho a ventura.
          Fortunas imensas
          Em sonhos ideais
          Com mão generosa
          Concede aos mortais.
          Em sonhos ideais
          Com mão generosa
          Concede aos mortais.
 Como este é ditoso!
          Pobre cavador!
A sonhar tem gozo
Sem mágoa
          Sem mágoa
          Sem mágoa e sem dor.»

(Manuel da Fonte)

Só no fim de uma longa jornada é que o Manuel da Fonte consegue perceber que não é no dinheiro que consiste a riqueza, mas sim na alegria de viver. Às vezes é necessário que percamos as coisas par lhes dar-mos o devido valor!

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