terça-feira, 27 de julho de 2010

Rendida aos encantos de Coimbra

Pela segunda vez, a Universidade de Coimbra decidiu organizar  Universidade de Verão, abrindo as suas portas a estudantes do 9º ao 12º ano que quisessem experimentar a vida académica por cinco dias. Sem hesitar, inscrevi-me nas actividades de Letras e no dia 18 de Julho, Domingo, lá parti para Coimbra, onde estive até à passada Sexta-Feira, dia 23. Muito resumidamente, o que vos posso dizer é que me rendi aos encantos daquela cidade mágica!
Uma das minhas noites no Pátio das Escolas

À excepção de Quarta-Feira, dia em que todos os estudantes se juntaram para a cansativa descida do Mondego, todas as manhãs nos dirigíamos à Faculdade de Letras, onde conseguimos perceber um pouco (sim, muito pouco...) do funcionamento das aulas e dos vários cursos que a FLUC tem para oferecer.
Prof. José Bernardes
E fui descobrir que lá também se fala de Chá de Limonete, mas não são os "Coimbrinhas" quem o bebe, porque esses, quanto muito, bebem chá de lúcia-lima: na FLUC, quem bebe puro Chá de Limonete é um figueirense, grande amigo de Tavarede, o Professor José Bernardes. Passo a explicar: foi-nos ele dar uma aula de Literatura, cujo tema era Miguel Torga, e não foi despejar matéria, a aula que nos deu baseou-se numa sua história de vida. Estava-nos então ele a contar que, tendo ele sido aluno da esposa do grande escritor, foi uma vez convidado, ele e todos os seus colegas de curso, a tomar um chá em casa do casal, quando se sai com esta expressão: "(...)ofereceu-nos chá de groselha. Ora, chá de groselha naquela altura... Naquela altura eu bebia Chá... de Limonete!". Talvez todos, ou quase todos, quantos estavam no Anfiteatro III se tenham perguntado o que seria Chá de Limonete, mas aquela sua expressão consegui pôr-me um sorriso nos lábios, pois percebi que nem em trabalho o Professor José Bernardes se esquece de Tavarede.Adiante...

As tardes, essas eram destinadas ao convívio entre os estudantes das várias áreas e ao conhecimento dos espaços mais emblemáticos da cidade de Coimbra e da própria Universidade. Passámos algum tempo na Associação Académica, o espaço onde estudantes de toda a Universidade convivem, fomos conhecer Conímbriga, andámos "à caça" dos Tesouros da Universidade (Bibliotecas Geral e Joanina, Jardim Botânico, Capela de S. Miguel, Torre, ...) e assistimos também a um espectáculo de música medieval no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV). À noite o convívio continuava e os serões eram passados ou na AAC ou no Pátio das Escolas. E foi precisamente neste último que passámos aquela que foi, na minha opinião, a melhor noite: a da Serenata, onde cantámos "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida" como se esta sempre tivesse estado dentro de nós.
E como os dias eram muito preenchidos e Tavarede ainda fica a uns quilómetros de Coimbra, fiquei, juntamente com colegas de todos os pontos do país, alojada numa residência universitária, onde se pôde experimentar, aí de modo já mais completo, como é viver em comunidade.

Depois disto, deixo-vos algumas palavras por mim proferidas na cerimónia de encerramento da II Universidade de Verão da Universidade de Coimbra:


E assim se foi passando uma semana por Coimbra. Depois dos cinco dias que lá passei, consegui sentir na pele que "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida". Se assim foi, como resistirei à verdadeira despedida, depois de sentir Coimbra verdadeiramente, quando ela também já foi minha?
 

1 comentário:

JB disse...

Coimbra é assim... Qem lá passa não esquece e guarda no coração! Para já foi só um aperitivo para daqui a um ano fazeres tu essa vida a tempo inteiro!
Bom texto!
e deixou-me com saudades da minha querida FLUC!
beijo