Terra do Limonete

Tavarede é conhecida pela Terra do Limonete, nome dado a uma fantasia do Mestre José da Silva Ribeiro(1894-1986), homem do teatro, jornalista, político e filantropo tavaredense, por volta dos anos sessenta.

Nesta fantasia, criada para ser representada pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense (SIT) e estreada a 16 de Dezembro de 1961, José Ribeiro escreve uma história, entre outras, por ele criadas, onde conta como tudo começou, ou seja como surgiu Tavarede.

Em Coimbra, junto à porta da Almedina de Coimbra, está D. Sisnando, conde de Coimbra, rodeado pelo abade Pedro, Cidel Pais, entre outras pessoas.

Após a reconquista de Coimbra aos muçulmanos, D. Sisnando deu ao abade Pedro o lugar de S. Julião, Caceira e Lavos. («A vós, abade Pedro, faço mercê do lugar de S. Julião(...), para que ali restaureis a igreja que foi saqueada e destruída pelos sarracenos; e também vos dou as terras cultas e incultas na citada margem setentrional que chamam Caceira e S. Veríssimo e a herdade chamada Lavos na parte sul além do Mondego») .Também Cidel Pais teve direito a terras, mas a este D. Sisnando deu o lugar de Tavarede, no século XI.

E agora: Como apareceu o limonete em Tavarede?

Para esta pergunta, uma resposta também baseada numa das histórias criadas pelo Mestre José Ribeiro.

Esta história passa-se numa gruta situada no Monte de Santa Olaia, onde estão oito mouras, há mais de dois séculos, sob o poder de um encantamento, lançado pelo seu pai, quando partiu para uma batalha fatal, com o intuito de proteger as suas filhas do poder cristão.

Num certo dia, apareceram na gruta um cavaleiro e um pagem cristãos. As mouras, ao perceber que alguém tinha entrado na gruta, esconderam-se imediatamente e foi Kadija quem teve a coragem de aparecer. O seu feitiço seria quebrado quandu um cristão dela se aproximasse e lhe dissesse três vezes: «Sois bela como o sol». Sem saber de nada, e sem qualquer intenção, o cavaleiro disse-lho, quebrando assim o feitiço.

Quando o pai as enfeitiçou, disse também a Kadija: «A terra para onde te levar aquele que vier desencantar-te, será uma terra aprazível, opulenta de galas da natureza, rica em plantas aromáticas, entre as quais uma, de cheiro rústico e agradável, persistente, lhe dará o nome e alcançará fama» .

E assim apareceu o limonete em Tavarede, quando o cavaleiro trouxe a moura para a Terra do Limonete.